quinta-feira, 20 de março de 2014

Uma carta a uma estrela.



Esta noite enquanto ponderava certos aspectos de minha vida, deixei que meu olhar vagasse janela afora enquanto estava deitado na poltrona da sala. Correndo os olhos por dentre as arvores frondosas, não olhava nada em específico. Na verdade, nada via. Então lá estava ela, brilhante, profunda e solitária. Não é para ser pretensioso, mas não pude deixar de me identificar. Então, no auge de meus devaneios comecei a falar:
"Olá. Meu nome é Danilo! Creio nunca termo-nos visto antes, e provavelmente não nos veremos novamente, mas quero te pedir ajuda. Eu preciso de uma luz, me sentindo meio sem rumo, sem caminho, confuso, um step. Tudo isso porque venho avaliando a atitude das pessoas que me cercam para com a minha pessoa... Então a prosa tomou um novo rumo. Não se tratava mais de mim ou de minha tristeza, mas sim dos outros. Notei que as pessoas agiam assim comigo, não porque eu "merecia", mas porque só agora eu notei o quão egoístas, superficiais e egocêntricos eles são. Eles não se preocupam em compreender a pessoa, saber o porque ela está assim. Limitam-se apenas em julgar a tudo e a todos de acordo com seus preceitos. Afinal, compreender seu próximo, não julgar, é uma tarefá realmente muito difícil, admito. Nem sempre todos temos êxito, mas não vejo muitas tentativas. Não estou me referindo apenas às pessoas  mais próximas de mim, mas à raça humana, em sua maioria. Notei, então, o quão próximo eu sou de outros seres inumanos. Deuses, entidades, plantas e animais. Seres que não foram imaculados pelo fácil corrompimento de seus valores. Não me entenda mal, não quero me dizer superior, apenas digo que compreendi que necessito evoluir. E esse é o meu pedido. Dê-me luz, para que eu possa ajudar aos meus irmãos. 
Bem, creio que isso seja tudo e espero vê-la novamente. Espero que possamos nos ver e até a próxima.
Grande beijo."

Na ânsia de que meu desejo seja atendido,

Quetskya.


sábado, 8 de março de 2014

'"De algo eu tenho que morrer", Disse o gato ao se apaixonar pela sétima vez.'




Não sei a firmar ao certo o autor desta frase, porém decidi por citá-la no inicio deste post por descrever bem o que se passa. Isso porque, como dizia o poeta, amar alguém  que não te ama é como morrer diariamente. Pois bem. Invisível, é como me sinto agora. Pode-se parecer exagero, mas vocês vão concordar comigo se analisarem.
Tudo começou quando amei a primeira vez. Então não fui amado. A ave e o peixe podem se apaixonar, mas onde contruirão seu ninho. Então foram longos e dolorosos dias. 
Então eu amei a segunda vez. "Um irmão você tem aqui", disse-me enquanto afagava-me as costas.
E veio a terceira, mas eu optei por sofrer calado. Eu já sabia o desfecho de tudo. Então minhas lagrimas escorreram em silencio pelo rosto, quentes e salgadas, dedicadas a alguém que, até hoje, nunca soube.
Já na quarta foi muito mais platônico, um amor envolto em noites de estudo, aroma de mesas de madeira velha e pó de giz. Mas não iria pra frente. Sequer saiu do papel.
Na quinta eu, arriscando uma amizade, provei para o destino mais uma vez que, embora ele dificultasse, eu não me acovardaria. Infelizmente meus esforços não foram recompensados.
A sexta foi por um idiota capaz de ir pela cabeça alheia e eu agradeço por não ter conseguido.
Na sétima. Ahhh, a sétima. Chegou de mansinho, de uma forma inesperada, lancei-me no ar e me agarrou fortemente em seus braços. Ali eu percebi que não havia amado uma vez sequer. Umas paixões bem fortes, outras nem tanto. Mas amor? Amor estava escrito no azul daqueles olhos, tatuado na alvura daquela pele. Mas eu não fui suficiente e ele me escorregou por entre os dedos. Não havia chão, céu ou qualquer outra coisa. Me vi obrigado a reconstruir tudo do zero.
Mudei-me por completo, iniciei uma nova vida, novos rumos, ambições, inclusive companhias. E deixei-me levar pela ilusão que daria certo. Ciente de que não daria meu coração a ninguém, pois já o tinha feito e isso não acontece duas vezes, decidi que estava na hora de buscar a felicidade. Mas a felicidade não estava muito contente em me ter, então decidiu por no meu caminho os habituais problemas. A oitava teria tudo para acontecer, mas eu cheguei alguns dias atrasado. Mais alguns meses me recuperando.
Então eu criei um bloqueio entre meu passado e eu e decidi que seguiria em frente. Dediquei-me a cuidar de tão frágil criatura, com todo cuidado fui cativando-o, porém, quando ele notou o quanto poderia ser feliz, meu coração já estava em pedaços. Isso trouxe-me toda a dor e toda a angústia reprimida e me mostrou que não importa o que eu faça, eu apenas não serei bom o suficiente. Nem sequer de esforço, mesmo que sem exito. Eu apenas não mereço. Oras, eu não decidi isso, apenas contatei durante todos esses anos em minhas experiências frustradas.
Conclusão: Acabou. Estou fechado. Quem está em meu coração (E isso se resume a um nome, quatro palavras), está. Quem não está, não estará. Estarei fechado para estranhos, para a dor certa. Isso sim, é morrer diariamente. Pouco a pouco. 

Na esperança de dias melhores,

Quetskya,