domingo, 27 de outubro de 2013

Amar é deixar livre.



Se tem uma coisa que eu aprendi foi que a Magia não cria amor. Ela atrai, abre caminho. Mas manter alguém sob seu controle não é amor, não é estar apaixonado ou sequer gostar. É egoísmo, é pensar apenas em si e esquecer os sentimentos do próximo. É provar exatamente o contrário do que se diz, então todas as promessas se esvaem, e de nada servem. Eu desejo ter o que me for oferecido de bom grado, não tomado. Seria falso e não quero viver de mentirar. Quero viver de verdades.
A maior magia de amor que existe é aquela em que você deseja o amor ao próximo, deseja vê-lo feliz e bem. Como todo neófito, eu cometi este erro uma vez. Ludibriado pelo fato de poder fazer qualquer coisa, por 'dominar' poderes sobrenaturais e por amar, teria o direito de fazer qualquer coisa. Um erro. Não podemos interferir no ciclo natural das coisas, nem no livre arbitro de alguém. É errado, contra a ordem natural das coisas e as consequências são severas. Eu mesmo me julgo estar sendo julgado até hoje. Mesmo após sete anos.
Embora tenha sido doloroso, não me arrependo em si. Isso me ensinou a base pra um grande aprendizado. Amor não é egoísmo. É altruísmo. Não digo amor a um homem ou mulher. Digo amor em si. Aquele que você cultiva em você e para você. E com o tempo sente-se seguro para depositar em outra pessoa. Julga-a merecedora de tal feito. Por isso eu luto por tudo o que quero, todos que gosto. Converso, tento convencer, exponho, desejo o bem, dou toda a assistência, carinho, cuidado e tudo o que eu puder. Independente de quem seja. Mas sobrepujar alguém à minha vontade? Não. Eu não sou assim, não sou egoísta.
De inicio era medo. Não fazia porque saberia que sofreria. Hoje compreendo o peso que tudo isso tem. Não tenho mais medo, tenho respeito. Sei que não devo fazer isso, pois se realmente gosto de alguém, devo desejar o bem a tal. Mas isso não significa que devo desistir. Enquanto eu souber que posso fazer algo para alguém que gosto, assim o farei. O máximo que puder e me for permitido. Mas também saberei aceitar o momento de rendição, se necessário. Apenas se necessário. 
Encerro este poste desejando que a humanidade pare um pouco de pensar sobre trabalho, conta, correria, céu e inferno e tente compreender o que se passa dentro de si. Desejo que eles aprendam com seus erros. Ou ao menos tentem. Não sou perfeito e posso não conseguir aprender tudo, mas tento ao máximo. Me esforço. Estou em uma constante metamorfose, em mudanças e para melhor. Sempre crescendo e aprendendo. E assim permanecerei.
Hoje sei ser mais paciente que antes. Sei esperar a hora certa e sei parar quando necessário. Algo que aprendi quando vi que seria necessário certo amadurecimento. Como diz a música: "Ando devagar porque já tive pressa." E essa pressa em nada me acrescentou. Só não concordo que as coisas devam ficar paradas. Os ciclos não param, a vida continua e, embora seja difícil, devemos continuar também. São essas adversidades que nos testam, nos diferem e nos mostram o tamanho de nossa vontade.

Atenciosamente,
Danilo Nascimento.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Stay Strong



Vivendo um dia após o outro. É assim que tenho vivido. Um dia após o outro, segundo por segundo, sem nada para aliviar a dor. Dor de que, afinal? O que me aflinge? O que me faz falta? O que eu temo? Eu não sei. A única coisa que sei é que eu temo muito. Vejo os dias passando lá fora e toda a forma de distração simplesmente se esvai. Sinto o progresso ao longo do dia, mas quando chega o final de semana tudo simplesmente se desfaz. Porque? Porque simplesmente esses dias tem o poder de me deixar para baixo, de me fazer querer cair em um buraco e me cobrir de terra e permanecer ali para todo sempre?
Minha fragilidade só aumenta, minha dependencia também, e eu me fecho em um casulo de dor e solidão. Não que eu queira, mas é a única fuga que vejo. Enfrentar? Tenho feito isso quando posso, mas nem sempre tenho sucesso. Tenho força? Ora sim, ora não. Em algumas vezes estou tão certo de que conseguirei, em outras, me vejo tão desesperado que me agarro a qualquer outra dor que me tire o foco e me faça sentir menos pior. Temo também pelas cicatrizes. As feridas tem ficado cada vez mais profundas.
Mas porque? Por um homem? A ausência cada vez maior dos amigos? A rejeição da família? Posso realmente culpar cada um deles pela minha fraqueza? Não, não posso. Sou eu, a culpa é minha. Culpar ou me apoiar em alguém jamais fará com que eu me cure, me torne forte. Mas... Qual caminho tomar? Se desistir está fora de cogitação,e está, o que devo fazer? Apenas esperar? E o que mais? Até quando? Porque?
Tantas perguntas que passam pela minha cabeça, tão melancólicas que me fazem querer sangrar. Novamente.

Atenciosamente, 
Danilo Nascimento.

domingo, 20 de outubro de 2013

Redarguição ao Anjo da Morte.


Querido Anjo da Morte, você estava certo, ainda é cedo. Não venha ainda, espere o momento certo. Além do mais a viagem é longa, eu moro MUITO longe e não tenho dinheiro para o frete. (Risos)

Atenciosamente,

Danilo Nascimento.

O que os contos de fadas não contam.


Era uma vez, em um reino distante, uma princesa muito amada e querida por todos de sua família. Era doce, amável e sensível. Mesmo contra a vontade de seus pais, gostava de estar entre seus súditos, ouvindo-os e tentando ajudar em tudo o que podia. Vivia em um lindo castelo e em seu reino nada faltava. Era repleto de abundancia, fertilidade e felicidade. Um dia viajantes de um reino distantes, invejando o que tinham, peregrinaram até lá afim de roubar-lhes tudo o que lhes fossem mais preciosos. Seu pai então reuniu suas tropas. Como um Rei deveras corajoso, juntou-se com seus homens e partiu para interceptar as tropas inimigas que se aproximavam, deixando um rastro de destruição e morte. Infelizmente seu pai faleceu no combate. 
A princesa e a rainha ficaram profundamente tristes com isso. Foi uma perda indescritível. Ela, sendo filha mais velha, também tinha uma irmã. Esta, muito nova, era isenta das responsabilidades que ela tinha. As tropas chegaram ao reino, roubaram, mataram, estupraram e foram embora. Todos perderam muitos. A integridade da família real e de alguns súditos foram poupadas, porém o reino não possuía nada mais. A Rainha então decidiu casar sua filha para que pudesse reconstruir o legado deixado por seu esposo. 
Não tardou até que aparecessem pretendentes. Sua fama percorria muitos e muitos reinos. O primeiro foi um jovem e loiro príncipe, vindo de não muito longe, cortez, conquistou a Rainha que prometeu a mão de sua filha. Com o tempo as investidas do rapar tornaram-se menos gentis e este não esperou a noite de núpcias para possuí-la. Tentou tê-la a força e não houve nada o que se pudesse fazer. Ao descobrir, a Rainha mandou que montassem uma emboscada para o rapaz e este veio a falecer da pior forma possível.
Passado algum tempo, outro pretendente surgiu, um jovem, com alma madura e estudioso. Este, por sua vez, quis conhecê-la mais antes de entregar-se. Infelizmente as qualidades da princesa não foram suficiente para suprir as necessidades do rapaz. Infelizmente a princesa havia se apaixonado por ele e por seu jeito gentil e delicado. Foi obrigada então a vê-lo partir.
Em seguida, vindo de um reino distante, veio um príncipe deveras rico. Ao chegar lá e ver a mudança do reino logo percebeu as intenções da Rainha e descartou qualquer hipótese de casamento. Conheceu a princesa apenas por educação, fez mais uma ou duas aparições e depois desapareceu. Mais uma vez a princesa sofreu a dor da rejeição.
Ela ficou realmente triste com os acontecimentos e a solidão começou a tomá-la. Durante um tempo não houveram pretendentes. Ela então dedicou sua vida aos estudos, à leitura. Com o passar do tempo viu-se apaixonada pelo conselheiro do reino, que por sua vez era amigo de seus pais. Este recusou-se a tê-la em seus braços em honra à memória de seu pai e ao respeito que tem por sua mãe. A princesa ficou muito triste e caiu em uma profunda depressão. A tristeza a devorava por dentro. 
Certo dia caminhando pelos jardins, avistou um poço. Aproximando-se dele, sentou em sua borda e começou a refletir sobre sua vida. Não tardou para que começasse a chorar. E permaneceu assim por longos minutos. Avaliando tudo o que tinha perdido e o pouco que havia ganhado, percebeu o quão deprimente estava sendo sua vida. Tentou então jogar-se dentro do poço. Quem sabe não encontrasse seu amado pai? Porém, no último segundo, foi segurada por duas mãos fortes e delicadas ao mesmo tempo. Era um rapaz que, aparentemente, não pertencia ao seu reino. Provavelmente estava perdido, vindo da floresta, já que chegara tão perto do castelo. Ele a indagou sobre o que fez com que tomasse aquela decisão, ela lhe contou tudo e ele fez um longo discurso sobre o porque devemos ter fé e continuar em frente. Ela então decidiu aguentar firme. Não por ela, mas por sua mãe e por seu reino.
Seus dias passaram a ser mais e mais tristes, embora ela sorria, foram os poucos em que ela realmente quis sorrir. Normalmente esses momentos eram os que ela passava com esse novo amigo, que decidiu ficar por alguns tempos no reino para ajudá-la., a contragosto a Rainha permitiu. Não demorou muito até que seu coração balançasse novamente e ela se viu apaixonada novamente. Neste momento ela sofreu pelo simples fato de ter cedido mais uma vez. Sua mãe, que já vinha observando-os desde o inicio, mandou que o rapaz se fosse, e este, compreendendo a situação toda, não teve outra escolha. Foi expulso do reino e nunca mais pôde voltar.
Ela então passou a não sair do castelo. Ficou apenas observando a vida passar por dentro daquelas grandes janelas. Depois de um longo tempo outro pretendente surgiu. Era educado, engraçado. Parecia um bom marido, porém infiel. Ela não se importava, não o amava e nem queria. Queria apenas ser útil, ajudar seu reino. Algo a ser lembrada. Fazer algo de útil com a sua existência.
O que ninguém esperava era o que estava por vir. Pouco antes de firmarem os laços, apareceu um segundo pretendente. Este, por sua vez, era de um reino tão poderoso quanto o seu fora um dia. Isso foi capaz de pôr a rainha em dúvida. O mais impressionante era que a jovem princesa também viu-se balançada por ele. Era esbelto, alto, bonito e com os olhos tão sedutores como a morte. Viu-se envolta em algo excitante e desejou aquilo. Desejou tê-lo, mesmo tendo desistido. Ela e sua mãe dispensaram o primeiro pretendente que partiu jurando vingança. O segundo príncipe foi acolhido da melhor forma possível. Não demorou muito para que ele visse os encantos dela, menos ainda para perceber as fraquezas. Ele, como ela, foi castigado pela vida. Uma vida um tanto mais longa e muito mais difícil. Viu em sua mão algo tão frágil e delicado. Arriscou-se, mas foi consumido pelo medo. Não poderia se arriscar a quebrar peça tão preciosa e delicada. Decidiu por partir. A princesa neste momento já havia sido consumida pela paixão e o desejava mais do que tudo em sua existência.
O que a encantou foi sua força. Ela o queria por ser forte e porque ele poderia ensiná-laa ser forte. Ele, por sua vez, não quis ajudá-la. Foi-se sem ao menos dizer adeus. A princesa não resistiu. Não possuía forças para mais nada. Limitou-se então a ficar deitada em seu quarto, esperando o momento de sua partida. Todas as lembranças perfuravam-na como lâminas envenenadas que corroíam-na por dentro. Ela então ficou revivendo aquele último momento, observando aquele homem partir. O único que a fez realmente sentir viva, correspondida e feliz. Tudo o que tinha forças era rezar a Deus para que ele retornasse, para que seu amado voltasse e pudesse ajudá-la. Não suportou a rejeição, o acumulo de tristeza e de perdas. A dor foi tamanha que ela não possuía forças sequer para levantar-se e buscar algo para parar a dor. Quis ir ao poço, mas não possuía forças nas pernas, por não se alimentar mais. Tudo o que fazia era definhar de tristeza, por ter perdido a última oportunidade que lhe foi concedida. Ela não mais desejava amor, desejava apenas salvação.

Reza a lenda que ela ainda espera pelo retorno de seu amado príncipe até hoje.

Atenciosamente,
Danilo Nascimento.

Ao Anjo da Morte.




Não viria até você se não fosse importante. Não trato isso com levianidade, porém há muito as coisas vêm se complicando. Encontro-me em uma situação deplorável, irreconhecível. Temo por cada segundo que etá por vir. A dor se tornou constante e a agonia cresce a cada segundo. Tenho me sentido só, embora muitos tenham tentado me ajudar. Tentaram, sim, porém de uma forma ineficaz. Insuficiente.
Meus amigos dizem que ficar em casa de nada ajuda, que eu preciso sair e ver gente, não quero. Então lá se foram eles ao encontro de uma maravilhosa tarde de alegria. Minha família assiste minha dor sem ter o que fazer. Aproximam-se, afagam-me e afastam-se de novo. Vejo a dor deles como eles veem a minha. Eles não seriam capaz de compreender se os falasse. E nem de fazer algo a respeito. O homem a quem pedi ajuda em toda a minha vida recusou-se a me ajudar por... Bom, não sei. Ele nunca se deu ao trabalho de dizer o porque, apenas disse que não conseguia. Estive disposto a ajudá-lo a me ajudar, mas foi em vão. Estive disposto, inclusive, a ajudá-lo a se tornar o homem que tanto sonhou, mas ele preferiu continuar sendo o homem que ele sempre foi, e mais.
Sinto-me completamente sem esperanças, cansado, triste. Há dias não como, não bebo, não rio, sequer levanto da cama. Bebo um copo de leite apenas para amenizar a dor de minha mãe. Ora algo para beliscar. Sem vontade, nunca consumo por completo também. Humilhei-me por diversas vezes por ajuda, para todos, homem, amigos, psicóloga, psiquiatra, anjos, ciganos, elementais, deuses, Deus. Todos em vão. Nenhum deles sequer tentou agir da forma que era preciso para me ajudar, apenas tentaram me fazer um carinho aqui e outro ali, secaram minhas lágrimas quando necessário, mas no fundo, nenhum deles fez o que foi preciso. Nenhum me deu o que eu precisava. A sensação de que tenho é que não tenho pernas e braços, embora os tenha. Não consigo mais me sentir inútil, um peso. A dor me consome a ponto de eu estar enlouquecendo. 
Antes eu chorava e gritava para amenizar a dor, hoje já não é o suficiente, não há mais lágrimas. Estas deram lugar a um líquido mais espesso e de coloração vermelha, então comecei a chorar meu sangue. Com o tempo este também secou. Hoje choro minha alma, cada gota que cai de mim é um pingo de minha vida que se vai, mas não faz a dor parar. Parece uma eternidade tudo isso, mas não é. Venho carregando isso comigo há três anos, e meu limite foi atingido. Peço sua ajuda, pois não sei mais o que fazer. Não consigo mais olhar-me no espelho sem ter pena de mim mesmo. Imploro a você, que foi o único que ainda não pediu, e também o único que ainda não me virou as costas. Ajude-me, leve-me, traga-me a paz. Tudo o que quero neste momento é a paz. Caso possa me ajudar, sabe onde eu moro, você já esteve aqui. Estarei em minha cama esperando pacientemente por você.


Atenciosamente,
Danilo Nascimento.

Hachikō, o cão fiel.


"Hachikō foi trazido a Tóquio pelo seu dono, Hidesaburō Ueno, um professor do departamento de agricultura da Universidade de Tóquio. O professor Ueno, que sempre foi um amante de cães, nomeou-o Hachi (Hachikō é o diminutivo de Hachi) e o encheu de amor e carinho. Hachikō acompanhava Ueno desde a porta de casa até à, não distante, estação de trens de Shibuya, retornando para encontrá-lo ao final do dia. A visão dos dois, que chegavam na estação de manhã e voltavam para casa juntos na noite, impressionava profundamente todos os transeuntes. A rotina continuou até maio do ano seguinte, quando numa tarde o professor não retornou em seu usual trem, como de costume. A vida feliz de Hachikō como o animal de estimação do professor Ueno foi interrompida apenas um ano e quatro meses depois. Ueno sofrera um AVC na universidade naquele dia, nunca mais retornando à estação onde sempre o esperara Hachikō.
Em 21 de maio de 1925, o professor Ueno sofreu um derrame súbito durante uma reunião do corpo docente e morreu. A história diz que, na noite do velório, Hachikō, que estava no jardim, quebrou as portas de vidro da casa e fez o seu caminho para a sala onde o corpo foi colocado e passou a noite deitado ao lado de seu mestre, recusando-se a ceder. Outro relato diz como, quando chegou a hora de colocar vários objetos particularmente amados pelo falecido no caixão com o corpo, Hachikō pulou dentro do caixão e tentou resistir a todas as tentativas de removê-lo.
Depois que seu dono morreu, Hachikō foi enviado para viver com parentes do professor Ueno, que moravam em Asakusa, no leste de Tóquio. Mas ele fugiu várias vezes e voltou para a casa em Shibuya, e, quando um ano se passou e ele ainda não tinha se acostumado à sua nova casa, ele foi dado ao ex-jardineiro do Professor Ueno, que conhecia Hachi desde que ele era um filhote. Mas Hachikō fugiu daquela casa várias vezes também. Ao perceber que seu antigo mestre já não morava na casa em Shibuya, Hachikō ía todos os dias à estação de Shibuya, da mesma forma como ele sempre fazia, e esperou que ele voltasse para casa. Todo dia ele ía e procurava a figura do professor Ueno entre os passageiros, saindo somente quando as dores da fome o obrigavam. E ele fez isso dia após dia, ano após ano, em meio aos apressados passageiros. Hachikō esperava pelo retorno de seu dono e amigo.
A figura permanente do cão à espera de seu dono atraiu a atenção de alguns transeuntes. Muitos deles, frequentadores da estação de Shibuya, já haviam visto Hachikō e o professor Ueno indo e vindo diariamente no passado. Percebendo que o cão esperava em vão a volta de seu mestre, ficaram tocados e passaram, então, a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília.
Por nove anos contínuos Hachikō aparecia ao final da tarde, precisamente no momento de desembarque do trem na estação, na esperança de reencontrar-se com seu dono."

E assim seguiu-se até o dia de sua morte.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A busca da tal felicidade.



É fato que somos imperfeitos, humanos que erramos, tomamos certas atitudes que, por vezes, nos fazem trilhar um caminho errado. Nem sempre é por mal, apenas não conseguimos perceber que o que fazemos é algo ruim, pensando estar fazendo algo correto. É certo também que Às vezes torna-se completamente difícil de se perceber o erro e reparar-se, mas será assim algo tão ruim quando nos arrependemos destas atitudes e tentamos nos reparar. Merecemos sermos julgados eternamente por errar? E onde fica todo o esforço para se retratar, para se redimir? E toda a boa intenção? Será que os sentimentos ruins, como a raiva e o remorso, sempre estará acima dos bons, como o carinho, a amizade, a confiança?
Sou suspeito a dizer, admito. Tenho uma visão completamente positivista e um tanto prática, mas se há algo em que acredito piamente é que as pessoas podem mudar, se arrepender e procuro sempre olhar o lado bom da coisa e o esforço que elas tem para obter, ou ao menos tentar, algo. Acredito também, que limitar-se a temer o futuro porque o passado foi difícil é idiotice. Negar-se algo, ou a alguém, porque um dia você chorou é afirmar que ainda deseja esse sofrimento e que não está disposto a seguir em frente.
Seguir em frente nem sempre quer dizer deixar algo para trás, mas sim levar contigo o que merece ser levado. Eu dificilmente desisto de algo que eu ache que será bom para mim, ou quando sei que farei bem a alguém. Às vezes é possível seguir em frente juntos, deixar apenas a dor para trás. Já me peguei pensando inúmeras vezes se essas são ideologias bobas, infundadas, mas não, não são. Não consigo simplesmente enxergar o motivo de abandonar algo que se queira. Quando eu quero, vou até onde acho que devo. Porque as pessoas temem tanto? Para mim é um pouco óbvio, a solidão e a tristeza todos nós já temos. Porque não podemos lutar por algo bom? Porque temer sofrer se já sofremos diariamente? Sofremos com os amigos que se mostram falsos, com os amores que nos abandonam, com o emprego que perdemos e mais uma infinidade de motivos. Coisas que acontecem sem que queiramos. Então, se as coisas ruins acontecem naturalmente, porque não lutar por algo de que queremos. 
Eu já me permiti ser consumido pelo medo, ser limitado por isso, o que me custou caro. 22 anos de privações. Não cometo mais esse erro. Recuso-me a tal asneira. Se já estou fadado a sofrer e chorar diariamente pela perda das coisas que gosto, porque me privar das oportunidades boas da vida?
São coisas que eu simplesmente não consigo compreender. Talvez eu seja prático demais, não sei. A única coisa que sei é que me manterei firme em minhas convicções e que lutarei com todas as forças pelo que quero. Enquanto aquilo for o que quero e eu souber que me fará bem.

Atenciosamente, 
Danilo Nascimento.

O Palco.


Lugar onde nós, mortais, encarnamos outras vidas, outras personalidades, e damos asas à imaginação. Onde tudo é ensaiado e programado, e há uma platéia a olhar-te, observando cada movimento seu, avaliando para poder banhar-se em críticas. Lugar onde as pessoas riem e chorar, mesmo sem querer. Onde muitos enredos tomam forma e veem à realidade, afim de proporcionar a quem os vive, experiência, e quem os observa, distração. 
O Palco da vida é o lugar onde o cotidiano se transforma em uma trincheira e você luta pela sua sobrevivência, tentando escapar das garras dos tiranos que querem apenas deliciar-se com seu sangue e seu desespero e busca por uma utopia qualquer. Quem nunca sonhou com alguma? Ou lutou ferozmente com alguém pelo instinto de permanecer de pé?
Assim se faz a vida, complexa e repleta de adversidades, um palco onde o roteiro é escrito diariamente, e suas risadas e emoções repercutem por toda a platéia, que atentamente avalia seu desempenho e, não sendo de seu agrado, apenas o descarta. Então todo o seu esforço foi em vão, suas emoções e seu empenho, ignorados e tudo o que te resta é recolher-se e retirar-se paras as coxias, por fim, mudando seu palco.
Ontem eu habitava um palco, hoje outro. Mais amplo e complexo, e assim tende a ser, aumentando, ampliando, mudando, evoluindo.

Atenciosamente,
Danilo Nascimento.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O tempo apenas ao tempo pertence.


Recentemente tenho ouvido muito de meus amigos sobre minha súbita mudança de comportamento. Preocupam-se com o fato de antes ser completamente dado e extrovertido, e agora, introspectivo. Não há necessidade de ver tal mudança de forma ruim. Mantenho meu humor e minha maneira de ser, limito-me apenas a selecionar os momentos em que devo ser de tal maneira, salvo isso passo meu tempo avaliando tudo o que faço e não me á mais vantajoso. Certas atitudes que podem não me beneficiar mais, como a consciência de que a vida não é brincadeiras todo o tempo e de que tudo deve ser medido.
Confesso que as circunstâncias atuais me obrigam a ser mais rigoroso quanto a essa 'ausência', mas não há motivos para perder a paz, enquanto isso estiver me fazendo bem. Eu, claro, gostaria de não ter de estar aprendendo de tal maneira, mas Às vezes é preciso aprender a duras penas para se enxergar o que é óbvio. Não posso deixar de admitir que, embora esteja sendo doloroso, está sendo necessário e proveitoso. 
Resolvi tomar essa atitude de reclusão após perceber a necessidade de amadurecimento. Na verdade, fui obrigado a tal, pois antes eu me recusava a acreditar que seria bom. Hoje travo uma enorme luta contra a impaciência e pelo andar da carruagem, estou ganhando (Risos).
É como estar sentado em uma sala escura, onde as paredes passam filmes de minha vida. Passado, presente e futuro. E na minha frente encontra-se uma ampulheta, cujas areias deslizam vagarosamente, funcionando em seu tempo e ignorando o tempo alheio. Alterno entre observá-la enquanto caem as areias e observar o filme de minha vida que me é mostrado a cada segundo ao meu redor.

Atenciosamente,
Danilo Nascimento.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dica de Leitura.


Há alguns dias eu estava circulando em uma livraria, esperando a hora passar. Não andava com muita pressa para nada, ou quase nada. Folheava alguns livros que me chamavam a atenção, afim de decidir quais comprar. Muitos eram deveras interessante e a tentação de levá-los era enorme, mas tive de me contentar apenas com alguns. Escolhi um da prateleira e a temática pouco me interessou. Anjos. Devolvi-o, mais à frente escolhi outo, mesma temática. Folheei-o, desinteressante. Não o quis levar, porém algo dentro de mim me fez sair daquela livraria com o livro mesmo assim. "Dinheiro jogado fora", pensava eu. 
Há um certo tempo tudo tem sido muito confuso em minha vida. As coisas tem estado totalmente fora dos trilhos e eu estava buscando algo que me trouxesse de volta a mim. Decidi então matar a curiosidade do porque eu trouxe aquele livro sem ao menos querer. Comecei a ler e me surpreendi com o mesmo. Seu nome é "Como ver seus Anjos, Theresa Cheung".
A abordagem do livro é fazer com que o leitor identifique a ação dos anjos no cotidiano de cada individuo, por mais singelo que seja. A pessoas que concordam, outras que discordam. Muitas mais experientes, porém não se deve negligenciar o poder de sua fé e nunca deixar de ouvir a sua intuição. Ao ler o livro, como qualquer outro, estive disposto e de coração e mente abertas para receber as mensagens do divino como dizia no livro. Os resultados foram surpreendentes. 
Ele me ajudou a olhar mais para mim, buscar mais as respostas que procurava dentro de mim e não dentro das outras pessoas. Em gral, colocar-me no centro de minha vida, assumir o controle. Ouvir mais e falar menos, o que tem se mostrado extremamente necessário e proveitoso, posso dizer. Considerando os fatos ali descritos, pude perceber as ações desses seres celestiais sob minha vida. E isso tem sido de grande ajuda. 
A autora, em minha opinião, tem uma visão um tanto limitado do etéreo, e por vezes se apega apenas aos anjos quanto a alguns temas, mas afinal este é o tema, não podemos julgar. É claro que é preciso ter o mínimo de senso crítico para peneirar o que se é proveitoso e o que é apenas a opinião dela, mas em geral, é um bom livro, que trabalha de forma expetacular a maneira de agir do dia a dia, conciliando a correria do cotidiano com a paz interior de cada um. Confesso que, embora grande e por hora massante, traz experiências cativantes e acima de tudo, ajuda a afiar sua fé no divino. E isso é, sem dúvidas algo importantíssimo. 
Embora tenha quem dia o contrário, eu afirmo que me foi bastante útil essa leitura (Inacabada, ainda) e que tem me feito acalmar minha mente conturbada e que, quando se está disposto a perceber e receber o divino em si, a magia acontece por si só. Como disse, certa vez, uma bruxa que admiro muito: "Mais importante do que ser celebrados os ritos, a magia deve ser vivida." Parafraseando-a termino dizendo que vale a pena manter-se sempre aberto a novas experiências e as que esse livro propõe são de grande proveito.

Boa leitura.
Atenciosamente,
Danilo Nascimento.

Uma dança com véus e sangue.


Por diversas vezes, ao fechar meus olhos e deixar-me deliciar pelo coro de vozes etéreas que uma banda que há pouco passei a apreciar bastante, deparei-me com uma misteriosa mulher. Seus olhos são capazes de vidrar qualquer um. Dotada de uma sensualidade e exuberância incríveis, é capaz de chamar atenção de qualquer homem, independente de sua vontade.
Em minha visão ela dança por entre véus negros, formados por puro misticismo. Seu rosto nunca me foi claro, mas tive alguns insights de alguns ocorridos em sua vida. Ela vem ao meu encontro e com sua dança excepcional tenta me mostrar algo, alguma coisa que ainda não consegui captar. De pele clara e olhos tão negros e brilhantes como a noite, enfeitiçam-me e me fazem querer apenas olhar, admirar.
Não sei ao certo o que aconteceu, apenas sei que toda essa magia foi rompida de forma drástica por sentimentos mesquinhos de outrem. Motivado apenas por capricho, sem considerar qualquer opinião. Sangue foi derramado, e lágrimas, muitas delas. Tenho minhas razões para acreditar que lágrimas são derramadas até hoje.
Consegui apenas algumas poucas sensações que me foram despertadas pelas visões e por poucas palavras. O calor,o clima seco, roupas de tons escuros, um ar etéreo em todo o ambiente, uma certe rusticidade, e tradicionalidade, poderia acrescentar. Talvez até faça ideia do que se trate, mas não posso afirmar, então limito-me apenas a silenciar e esperar uma confirmação. Se tudo não se passa de apenas uma peça sendo pregada pela minha cabeça, eu não sei. Apenas sei que aprendi a não duvidar e ser receptivo. Veremos até onde isso irá.
Dê seu nome, forasteira. Diga-me a que veio e me esforçarei a receber suas mensagens.

Atenciosamente,
Danilo Nascimento. 

O doce sabor de seus lábios.



Há tempos tenho me pegado pensando em você. Imaginando se seria possível ter feito algo para que não chegássemos exatamente onde estamos. Alguma atitude diferente ou até mesmo algo que faltou. Claro, frequentemente me vem à cabeça coisas como "onde eu errei?" ou "Será que nunca serei perdoado?" Ou essas perguntas que são de costume ao final de um relacionamento.  Perguntas essas que nos fazem reavaliar muitas atitudes que por ventura não nos atentamos no momento em que devemos e só percebemos quando nos é esfregado na cara.
Esses momentos de reflexão muito me tem sido útil e deveras acrescenta em meu crescimento pessoal. Porém não me priva da dor da distância tampouco da saudade. Ainda me lembro como se fosse ontem de seu toque, suave e ao mesmo tempo firme, puxando-me pela cintura e elevando-me até seus lábios. Esses, ah... Esses por sua vez tinham um gosto único, que conseguia transformar em agradável até mesmo o sabor daquela cerveja que tanto gosta e eu nunca gostei. Lembro-me de sua respiração fazendo minha pele se arrepiar enquanto seus dedos se entrelaçavam aos meus. Momentos únicos que me fazem desejar fazer tudo diferente, melhor.
Engana-se quem disser que me arrependo de ter perdido seu corpo. Não. É algo além. Não digo que estou amando. Se tem algo que eu aprendi é que isso deve ser tratado com muita delicadeza e cuidado. O amor não pode ser banalizado.Também não nego a ardente paixão que incendeia meu peito e só faz crescer, mas vai além. Algo que não sei explicar, e nem ouso. Eu poderia limitar a beleza de tal sentimento que desconheço. Tudo o que sei é que é algo maravilhoso e que não vou me privar de me deliciar de tal, mesmo que sozinho.
Reafirmar alguém que esteja errado ou certo seria tolice. Não há perfeição aqui, apenas um jogo de sentimento, em partes, nunca desbravados antes. Desconhecimento este que acaba por induzir ao erro o coração de um jovem inexperiente, e um homem muito experiente, mas não isento de erros ou aprendizados. 
Muitos devem se perguntar o motivo de tal texto. Será apenas um desabafo? Não! Uma afirmação escrita, e outrora falada para uma boa ouvinte detentora de grande sabedoria, de que as coisas só estão perdidas quando se deseja estar. 
Fiz uma promessa a mim mesmo. Estarei sempre aqui. Digam o que quiserem, mas assim eu o farei. Serei fiel. Não a um relacionamento abalado, possivelmente arruinado, ou a um homem, mas a mim. Aos meus sentimentos. Eu sempre me considerei diferente pela capacidade que tenho de ouvir com o coração. Não tentarei ser hipócrita dizendo que isso é lindo, nada perigoso. Isso é, e foi. Não soube lidar muito bem com isso. Mas as pessoas crescem, amadurecem. E eu me considero muito mais maduro que antes, julgando tudo pelo que passei, fiz passar. Enfim, vivi. Acredito ser capaz de lidar melhor com isso agora, mas continuo com a convicção de que devo esperar. Não por insistencia, mas pelo simples fato de que é isso o que manda meu coração. Caso um dia ele me diga que chegou a hora de seguir em frente, que não há mais o que esperar, assim eu farei. Mas por hora, é momento de sentar e aguardar.
Aguardar ansiosamente pelo momento em que serei tocado por você novamente, em que poderei fazer queimar em seu peito o fogo que queima no meu. Esperar por um simples abraço, mas que tem um valor muito maior e complexo do que se possa imaginar. Talvez os velhos e sábios alquimistas até sabem. Mas duvido que minha geração, em geral, saiba.
Enfim despeço-me agradecendo a paciência e torno a afirmar. Enquanto eu achar que é o correto, eu estarei aqui. Mesmo que doa, ou que eu não durma. Mesmo que eu sofra, sei que não há lágrima ou sofrimento que possa ser maior ou mais forte que esse sentimento. Desconhecido, porém acolhedor. E repito também que não abrirei mão disto, mesmo que tenha de vivê-lo sozinho.

Atenciosamente,

Danilo Nascimento.

Faithfully - Glee



Highway run
Into the midnight sun
Wheels go 'round and 'round
You're on my mind
Restless hearts
Sleep alone tonight
Sendin' all my love
Along the wire

They say that the road
Ain't no place to start a family
Right down the line
It's been you and me
Lovin' a music man
Ain't all it's supposed to be
Oh boy, you stand by me
I'm forever yours
Faithfully

Circus life
Under the big top world
We all need the clowns
To make us smile
Through space and time
Always another show
Wondering where I am
Lost without you

And being apart ain't easy
On this love affair
Two strangers learn
To fall in love again
I get the joy
Of rediscovering you
Oh girl, you stand by me
I'm forever yours
Faithfully

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O preço de uma lágrima.

Há muito eu pedia para ser visto, ouvido, notado, lembrado ou qualquer coisas desse tipo, pelos deuses. Senti-a me sozinho, desamparado, largado. Fiquei tão sufocado em meus problemas, desesperado e agoniado que não pude perceber que tudo o que estava fazendo era me afogar mais e mais nas trevas que me cercava. Como todo humano, não sou todo luz, tenho minha parcela escura, e não me envergonho disso, mas de uns tempos para cá, tenho permitido que isso me consumisse. Estive desesperado e implorava por um recomeço.
O problema todo é que de uns tempos para cá, na verdade há muito mais tempo do que eu imaginava, eu deixei-me cegar e acreditar que deveria ter uma conduta, enquanto na verdade deveria ter outra. Acreditei que poderia ser mais, maior, e que não precisava me submeter em determinadas circunstancias por acreditar ser humilhação, enquanto isso era apenas um sinal de humildade.
Enquanto perambulava por uma rede social, vi o texto de uma mulher que dizia estar feliz, pois ajoelhou-se e orou a Deus, pedindo que a ajuda-se, então algo maravilhoso aconteceu na vida daquela mulher e ela estava voltando naquele momento de joelhos para agradecer. Eu, erroneamente, desdenhei. Passou-se um tempo e meus problemas continuaram, e tomaram proporções ainda maiores e eu já não conseguia mais lidar com eles. Num ato de desespero, sem saber mais o que fazer, e sem mais nada a perder, prostrei-me de joelhos, chorando e pedi aos deuses para que me ajudassem.
Outro erro meu, não conseguia mais acreditar no "Deus Cristão". Achava que ele era apenas uma distorção de outra imagem para vender e amedrontar. Mas naquele momento eu, perdido e sozinho, permiti-me tentar. Não haveria mais nada a perder. De joelhos, incluí este Deus em minhas orações.
A ruptura desta barreira de preconceito era tudo de que precisava, abdicar de um sentimento tão baixo, e que eu julgava não ter mais, mas que persistia em ficar no meu inconsciente. Com isso, aprendi a não superestimar mais minhas capacidades e, principalmente, não subestimar Eles.

Danilo Nascimento.

(Texto antigo, que percebi não ter publicado e ter deixado como rascunho)

Trilhando o caminho do sol.


Há tempos não venho aqui, não escrevo, não me expresso. Mesmo que quisesse, não poderia. Uma confusão enorme se instalou em minha mente. Um turbilhão de sentimentos e necessidades que me transformou em uma máquina ambulante de problemas a qualquer um que ousasse se aproximar o suficiente para tentar sequer ajudar. 
Foi uma longa jornada, interior eu digo, que tive de traçar até aqui. Se fosse descrever tudo, não terminaria hoje. Geralmente paro pra pensar sobre as coisas que me aconteceram nos últimos seis ou dize meses. Mas quando paro pra observar o que aconteceu em menos de 30 dias, surpreendo-me com minha força, meu caráter e principalmente com minha capacidade de absorver os aprendizados que a vida me oferece. Não sou perfeito e nem me considero esperto, mas me considero esforçado. Esforço-me para me elevar, seguir em frente, independente do que aconteça.
Não sou hipócrita, eu fraquejei, e estive por um triz de jogar fora tudo o que conquistei, e isso me custou caro. Muito caro. Mas consegui aguentar, com muita ajuda, claro. Hoje eu observo atentamente a todos os detalhes dos acontecimentos de minha vida e tento absorver tudo o que posso. 
Esse tempo não foi fácil, ausente de dor. Pelo contrário, foi repreto deles. Um dos piores momentos de minha vida, mas regado de oportunidades de melhorias internas, que tenho abraçado com gosto, com mente aberta, para que isso possa me ajudar. Se não a recuperar o que perdi, a me ajudar a não repetir os mesmos erros. Me surpreendo ao ver como amadureci em tão pouco tempo, e vivi intensamente. Sorri, chorei, abracei, me apaixonei, abracei, conversei, caí e me levantei. E vou continuar me levantando, mesmo que sem vontade. Jamais permitirei que se lembrem de mim como o garoto que desistiu, mas como o homem que lutou até o fim. Mesmo que sem vontade, jamais me entregarei. Não desistirei de nada
Hoje, nada posso fazer para ter de volta o que perdi pelas minhas atitudes errôneas e impensadas, além de esperar e rezas aos deuses por força, o que particularmente tem se tornado mais que frequente, para que eu possa continuar. Tudo o que desejei e busquei foi nobre, mesmo que de forma errada. Inexperiente, arrisco-me a dizer. Mas não por maldade, por isso acredito ser merecedor de uma nova chance. Porque principalmente me arrependi de cada única atitude errada que tive e por querer me redimir e também porque quero me tornar um homem melhor, para mim e para as pessoas ao meu redor.
Sem me exceder mais, termino este texto pedindo aos deuses para que continuem me ajudando nesta jornada de autoconhecimento e afirmo que, particularmente, aprendi o suficiente para não repetir os mesmos erros, para que possa continuar tentando. Para ser feliz.

Sinceramente,
Danilo Nascimento.