terça-feira, 22 de julho de 2014

Jar of Hearts.



Há tempos não discorro a respeito de meus pensamentos e sentimentos, porém essa limitação foi altamente conveniente, afinal de contas guardar toda a dor para si mesmo foi a única alternativa que a vida me deu. Meu atual estado tem sido quase que vegetativo. Não tenho tido muitas alegrias, muito menos novidades. Aprender a lidar com o vazio que meu cotidiano se tornou tem sido uma tarefa árdua.
Antes, imaginar que eu estaria em uma situação destas seria uma completa loucura. Diria até piada. Dizem que cada um de nós paga apenas pelos erros que cometemos, ou também que cada um tem a cruz que aguenta carregar. Eu não sei exatamente em qual dos casos eu me encaixo. Se estou sendo punido ou preparado. Eu prefiro pensar nisso tudo como uma preparação. Mas será que consigo alcançar meus objetivos?
Minha vida profissional tem sido frustrada. Por mais que me esforce, não consigo prosperar. Recebi algumas explicações e venho tentando resolver o problema da melhor forma possível. Mas compreender não significa que não doa. Hoje eu sou o cara de 23 anos que depende da mãe para tudo. Essa dependência me tirou o gosto de fazer qualquer coisa que implique qualquer gasto. Meus dias tem sido trancado em uma casa, apenas vendo os ponteiros do relógio passar.
Minha vida familiar, consequentemente, também tem sido bastante incômoda. Toda a cobrança proferida a mim, cria uma sensação enorme de "um estranho no ninho". Ali não é mais o meu lugar, porém ainda não é o momento de partir. Então preciso aprimorar minha capacidade de resiliência, ter a paciência necessária para mudar tudo isso. Confesso que não tem sido lá algo absurdo. Com o tempo eu aprendi a ter paciência, persistência e Fé.
Mas o mais intrigante de todos é como ficará minha vida sentimental. É aterrorizante imaginar que tudo pode desandar. Se alguém me perguntasse como eu estaria daqui uns dez nos, baseado no momento atual, eu diria "Amargurado e sozinho". Certa vez me disseram que amamos apenas uma vez na vida, e eu optei por amar um homem. Este, embora se considere o pior, desumano, nunca soube notar nada de bom que ele fazia. Infelizmente o destino nos separou, brincando conosco, mandando, mais uma vez, para direções diferentes. O que vai acontecer? Estarei vagando sempre sozinho, a procura de alguém que me complete. Ele. Entre protestos meus, eu ouvi que o final havia chego, mas no fundo eu nunca acreditei. Não sei exatamente se é uma esperança tola e sem fundamentos, ou a verdade sendo dita. Sem opção, uma esperança cresce dentro de mim, mas eu não a alimento. Sem expectativas, sem decepções. Porém não há um dia que que não pense nele, não deseje ele, não queira preparar seu café, fazer uma massagem, ouvir seus problemas. Nada me fazia mais feliz que os momentos em que ele partilhava seus momentos comigo. Eu me encontrei ali. Como em lugar algum. Embora tenha procurado, tudo o que eu consegui foi uma trilha de corações partidos. Eu descobri que tenho minha beleza e que sou apaixonante. Mas nada fácil me satisfez. Eu preciso de um desafio.
Mas, claro, essa não é minha atual realidade. E não tenho me abatido. É como se eu vivesse em reabilitação, aprendendo a viver de uma forma completamente diferente. Uma nova vida.

Quetsciah