sábado, 8 de março de 2014

'"De algo eu tenho que morrer", Disse o gato ao se apaixonar pela sétima vez.'




Não sei a firmar ao certo o autor desta frase, porém decidi por citá-la no inicio deste post por descrever bem o que se passa. Isso porque, como dizia o poeta, amar alguém  que não te ama é como morrer diariamente. Pois bem. Invisível, é como me sinto agora. Pode-se parecer exagero, mas vocês vão concordar comigo se analisarem.
Tudo começou quando amei a primeira vez. Então não fui amado. A ave e o peixe podem se apaixonar, mas onde contruirão seu ninho. Então foram longos e dolorosos dias. 
Então eu amei a segunda vez. "Um irmão você tem aqui", disse-me enquanto afagava-me as costas.
E veio a terceira, mas eu optei por sofrer calado. Eu já sabia o desfecho de tudo. Então minhas lagrimas escorreram em silencio pelo rosto, quentes e salgadas, dedicadas a alguém que, até hoje, nunca soube.
Já na quarta foi muito mais platônico, um amor envolto em noites de estudo, aroma de mesas de madeira velha e pó de giz. Mas não iria pra frente. Sequer saiu do papel.
Na quinta eu, arriscando uma amizade, provei para o destino mais uma vez que, embora ele dificultasse, eu não me acovardaria. Infelizmente meus esforços não foram recompensados.
A sexta foi por um idiota capaz de ir pela cabeça alheia e eu agradeço por não ter conseguido.
Na sétima. Ahhh, a sétima. Chegou de mansinho, de uma forma inesperada, lancei-me no ar e me agarrou fortemente em seus braços. Ali eu percebi que não havia amado uma vez sequer. Umas paixões bem fortes, outras nem tanto. Mas amor? Amor estava escrito no azul daqueles olhos, tatuado na alvura daquela pele. Mas eu não fui suficiente e ele me escorregou por entre os dedos. Não havia chão, céu ou qualquer outra coisa. Me vi obrigado a reconstruir tudo do zero.
Mudei-me por completo, iniciei uma nova vida, novos rumos, ambições, inclusive companhias. E deixei-me levar pela ilusão que daria certo. Ciente de que não daria meu coração a ninguém, pois já o tinha feito e isso não acontece duas vezes, decidi que estava na hora de buscar a felicidade. Mas a felicidade não estava muito contente em me ter, então decidiu por no meu caminho os habituais problemas. A oitava teria tudo para acontecer, mas eu cheguei alguns dias atrasado. Mais alguns meses me recuperando.
Então eu criei um bloqueio entre meu passado e eu e decidi que seguiria em frente. Dediquei-me a cuidar de tão frágil criatura, com todo cuidado fui cativando-o, porém, quando ele notou o quanto poderia ser feliz, meu coração já estava em pedaços. Isso trouxe-me toda a dor e toda a angústia reprimida e me mostrou que não importa o que eu faça, eu apenas não serei bom o suficiente. Nem sequer de esforço, mesmo que sem exito. Eu apenas não mereço. Oras, eu não decidi isso, apenas contatei durante todos esses anos em minhas experiências frustradas.
Conclusão: Acabou. Estou fechado. Quem está em meu coração (E isso se resume a um nome, quatro palavras), está. Quem não está, não estará. Estarei fechado para estranhos, para a dor certa. Isso sim, é morrer diariamente. Pouco a pouco. 

Na esperança de dias melhores,

Quetskya,




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